
À primeira vista, manter a organização de suas tarefas pessoais parece algo relevante apenas para grandes executivos, donos de empresa, ou pessoas com vidas sociais muito agitadas. Entretanto, observe quantas pequenas tarefas temos em nosso dia-a-dia: preparar o café da manhã, consertar o carro, fazer uma reforma, levar o cachorro ao veterinário, ajudar seus pais… Não é muito difícil lembrar de momentos em que nos perdemos e nos desesperamos entre elas.
Estar em paz com todos seus afazeres, sem se sentir sobrecarregado nem frustrado, e sem deixar na mão quem precisa de você é perfeitamente possível! Nesse artigo mencionarei dicas e reflexões que podem ajudar nesse desafio da organização pessoal.
Entendendo onde você está
Aceite essa verdade: você sempre terá mais coisas que gostaria de fazer do que consegue fazer! Isso pois nossos pensamentos e vontades andam muito mais rápidos do que nossa capacidade de agir. Construímos um mundo em nossa cabeça em alguns instantes, enquanto para torná-lo realidade podemos precisar de dias, meses ou até anos. Entender e aceitar esse fato nos ajudar a ficar mais confortáveis com a existência permanente de uma lista de tarefas a serem feitas.
Retirar esse conjunto de tarefas de sua cabeça é o primeiro passo para sentir-se menos sobrecarregado. Tente esse exercício: escreva tudo o que você precisa fazer e tudo o que gostaria de fazer em uma folha de papel. Não se impressione se o surgirem mais do que centenas de itens! Ao final, o sentimento de que tudo está ali, traz você a um estado de consciência e alívio, pois nada mais está na sua cabeça, portanto não corre o risco de ser esquecido.
O desafio que vem em seguida é conseguir manter esse estado. Basta voltar a pensar e imaginar que muitas coisas novas aparecerão. Para ajudar existem técnicas, como o GTD e ZTD, que sugerem sistemas para auxiliar na manutenção dessa lista todos os dias.
Entendendo como você funciona

Cada indivíduo tem ritmos e necessidades diferentes. Por isso, não tente aplicar regras de organização ao pé da letra, mas procure avaliar cada uma, entendendo como pode ajudar ou atrapalhar, levando sempre em consideração o seu contexto atual. Elas podem não fazer sentido agora, mas em um futuro podem se tornar sua ferramenta ideal.
Tão importante quanto entender como você realiza suas tarefas é entender quais são os grandes ofensores à sua execução. Identificar quais hábitos te acorrentam a procrastinação e quais gatilhos te incentivam a romper a inércia mais rapidamente são um grande exercícios de auto-conhecimento, e batalhar em território conhecido é uma grande vantagem tática.
Diferentes dos momentos de ação e de preguiça são os momentos de descanso, cujo o objetivo é realmente não fazer nada. Eles são importantes e necessários para recuperar as energias e trabalhar a criatividade. Conectar conhecimentos adquiridos acontece mais facilmente sem pressão do tempo e da entrega, por isso muitas boas ideias surgem durante esse período.
Garantindo uma direção

O modo mais rápido de se livrar de uma tarefa é decidindo não fazê-la. Se o objetivo em realizar cada ação está muito claro, mais fácil será identificar aquilo que não precisa ser feito. Momentos de pausa para refletir sobre onde queremos chegar, o que queremos conquistar, são ótimos para identificar se estamos realmente indo em sua direção. Visualizar esse futuro se concretizando deveria ser o principal combustível continuar a caminhar.
Uma surpresa desagradável pode se esconder nesse percurso: a descoberta de um destino que não é exatamente como imaginávamos. O aprendizado proporcionado por cada tarefa, dia-a-dia, vai mudar pouco a pouco o que somos. Essa nova pessoa tem experiências diferentes, portanto pensa diferente, e não é impossível que reconheça novos trajetos, antes impossíveis de se ver. Por isso, recalcular a rota não deve ser um problema! Redefinir o destino é uma consequência natural, que aconteceria mesmo que o destino alcançado seja aquele que pensamos.
O que vem em seguida? Qual será a nova direção? Estar confortável com esse desconforto é o grande desafio da Organização Pessoal, que não se resume em gerenciar tarefas, mas sim em manter o movimento de uma vida inteira.
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